
Murilo de Tarso
Você está Perdido ou apenas Desconectado?
Como recalibrar sua bússola interna e ajustar sua trajetória ruma à sua verdadeira essência?
Artigo completo
👉 Esse artigo existe por que eu ouço isso com frequência:
"Sinto que estou apenas existindo,
mas não realmente vivendo!"
Você se sente assim nesse momento em sua vida, ou se identifica com isso em algum grau? Talvez tenha seguido o caminho "certo" – estudou, trabalhou, conquistou coisas – mas, lá no fundo, algo importante ainda está incompleto. Se essa inquietação te persegue, saiba que não está sozinho, e este artigo pode ser um divisor de águas para você.
Aqui, você não vai encontrar frases motivacionais vazias, mas sim uma ferramenta poderosa e prática para finalmente se reconectar com quem você realmente é e descobrir o que te faz sentir vivo de verdade.
"É como descobrir quem você veio SER aqui na Terra!"
😊
Seja muito bem-vindo(a), relaxa, e vem comigo!
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Para começar vamos descontrair um pouco descobrindo qual é o seu nível de consciência com relação ao propósito de vida. É divertido. Esta é uma análise proposta pelo escritor Murilo de Tarso em seu livro Viva de Propósito.
Os 5 níveis de consciência
👉 Onde você está?
Podemos observar 5 níveis de consciência em relação ao propósito de vida individual do ser:
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No nível 5, o mais distante, nós temos o “estado latente”, que é o caso daquele sujeito que não acredita ou que nega a existência de tal coisa. Ele diz coisas como “Meu propósito é só trabalhar, ganhar meu salário no final do mês e minha alegria na vida é ter as contas pagas”, “Esse negócio de propósito é pra quem é rico, nós pobres temos é que trabalhar”, “Pare de pensar bobagens e vai arrumar o que fazer”. Vamos chamá-lo de “o adormecido” ou de “o não desperto”.
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Num nível menos distante, o nível 4, temos o desperto, que vou denominar como “o indigno". Ele acredita sim que haja propósito para a vida, mas ele não acredita que seja pra ele; ele não acredita que mereça, ou que isso esteja ao seu alcance. Ele acha que um dia pode vir a merecer, “talvez quando eu me aposentar”, ou “talvez se eu ganhasse na loteria”.
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Já no nível 3 nós temos “O Buscador”. Esse sim, além de despertar ele já começou uma jornada em busca desse propósito (mesmo que ele não dê esse nome). Esse costuma ser um sujeito mais animado, mais motivado, lutador, trabalhador, mais focado e cheio de metas e objetivos. (Mas veremos mais pra frente que meta, missão, objetivo, nada disso tem a ver realmente com propósito de vida).
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Já no segundo nível mais próximo da energia essencial, temos o sujeito que já encontrou o seu propósito, mas que não o está vivendo por algum motivo que o atrapalha, que o limita. Este é "o Covarde" (não se assuste com esse nome). Ou ele nega porque não acredita que traga lucros financeiros, ou ele adia porque não quer aprender o que é necessário para execução do mesmo, ou ele permite que a opinião das pessoas ao seu redor o afaste desse caminho, ou ele tem medo de perder tempo com algo que “não vale a pena”, dentre muitos outros possíveis motivos. Então ele, apesar de já ter consciência de qual é sua estrada, ele não a segue!
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E finalmente chegamos ao nível 1, a integração completa com a energia essencial do ser.
"O Integrado". Esse é aquele sujeito que está vivendo plenamente o seu propósito! E muitas vezes, ele sequer pensa nisso, porque realmente não importa, pois em seu coração há total clareza do que ele veio fazer aqui na Terra. Por mais que a dúvida o alcance em alguns momentos da vida, ainda assim nada é capaz de tirá-lo daquela estrada.
Quer exemplos?
O Neymar em campo rumo ao gol; Freddy Mercury no palco cantando Bohemian Rhapsody; Senna pilotando na chuva; Picasso pintando; Mozart compondo… mas não precisa ser famoso! Aquele professor que ama o que faz e que marca pra sempre a vida dos seus alunos com aulas que são verdadeira obras de arte; aquele chefe de cozinha inebriado pelo aroma de seus pratos perfeitamente elaborados; aquele atleta que se entrega por completo à prática do seu esporte; aquele mecânico que sabe o que o seu carro tem só de ouvir o barulho do motor; aquele pedreiro que de tão caprichoso todos o indicam e recomendam o seu trabalho impecável; aquele paisagista que viaja o mundo em busca de inspirações para compor os mais lindos jardins… eu poderia consumir dezenas de páginas citando exemplos que vão desde a jardinagem, até os jovens gamers, passando por artistas, profissionais, colecionadores, pesquisadores, empreendedores, educadores, e tantos outros que encontram “canal” para fluidez da sua energia essencial. Leia novamente essa frase: 👉 “Canal” para o fluir da sua energia essencial.
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E aí, o que achou? Conseguiu se localizar nesta lista?
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Olhe para si e compreenda sua dor; você sabe o que te move, mas busca uma desculpa para não fazer? Você sente que sabia quem você era, mas se perdeu ao longo do caminho? Você se sente perdido, sem direção profissional? Entenda que em todos esses casos a resposta é uma só: "Você se distanciou da sua essência. Tudo que você precisa fazer é calibrar a sua bússola interna e iniciar uma deliciosa jornada pra dentro de si.
Bem, agora então... vamos ao que interessa! A ferramenta prática:
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A Bússola do Fogo
A Bússola do Fogo é uma ferramenta prática e de fácil instalação em seus hábitos diários. Ela nada mais é do que um conjunto de 3 instruções, extremamente simples, mas que precisam ser compreendidas com grande profundidade.
Veja as instruções:
1
Perceba o seu fluxo de entusiasmo
2
Se entregue de todo o seu coração
3
Livre de expectativas
Sim, é só isso... Antes de debulharmos essas instruções uma a uma, é preciso apresentar conceitos que darão fundamento à ferramenta. Vamos começar respondendo a seguinte pergunta:
O que é Propósito de Vida?
Eu aposto que você já tem uma ideia aí com você para responder essa pergunta. E é isso que precisamos reposicionar.
👉 Propósito de vida não é meta, objetivo, ou mesmo "missão de vida", essas são coisas que pertencem ao futuro, enquanto o verdadeiro propósito de vida pertence ao Presente!
👉 Você encontra a verdadeira sensação de vida proposital quando está próximo ao que nós chamamos de energia essencial do ser, ou seja, quando você está próximo de quem você verdadeiramente é.
👉 E ao contrário, quando você está distante de quem você é e do que você veio fazer aqui na Terra, você se sente vazio, sem objetivos valiosos para vivenciar. É como se sua vida não tivesse um porquê.
A boa notícia é que há um instrumento dentro de todos nós, que já nasce instalado de fábrica, que é capaz de nos guiar rumo a essa energia essencial. Porém esse instrumento foi descalibrado ao longo das nossas vidas, pelas crenças que nos impuseram, pelas vivências negativas que nos traumatizaram, pelos medos... E tudo que precisamos fazer é recalibrar esse instrumento natural. E um jeito de fazer isso é com a prática diária da Bússola do Fogo.
Então vamos agora introduzir uma expressão que nos ajudará a compreender o processo de percepção de si mesmo.
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Atividade Canalizadora
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O termo atividade canalizadora se refere a uma atividade prática que é capaz de canalizar o fluxo do entusiasmo e consequentemente elevar nosso estado vibracional, aumentar o estado de presença, aguçar imensamente a percepção do agora, proporcionando uma natural aproximação a nossa energia essencial.
Pareceu confuso? Em outras palavras: é aquilo que te dá tesão de fazer! Que quando você está fazendo o tempo passa depressa, e se alguém te interrompe é horrível; pronto! Não tem jeito melhor de dizer isso. Essa atividade, seja lá qual for, é a atividade canalizadora. Você pode ter várias, e elas vão mudando com o tempo.
Exemplos?
Para alguns, jogar videogame sozinho no quarto; para outros, jogar bete na rua com os amigos; para alguns, ler um livro, para outros fazer uma trilha; para alguns, tocar piano clássico, para outros, ir a um show de Rock; esses exemplos podem ir ao infinito: escrever um livro de ficção, dar aulas de história para crianças, cavalgar num haras, projetar um condomínio ecológico, defender um réu perante os jurados, nadar em competição num campeonato olímpico, solucionar a dor de um paciente clínico, pintar um quadro a óleo, cultivar um belíssimo jardim, levar cobertores para os velhinhos do asilo...
Como eu disse, os exemplos são realmente infinitos. Todas as atividades profissionais, artísticas, filantrópicas, hobbystas, intelectuais, tudo, qualquer coisa pode ser a SUA atividade canalizadora. Aquela capaz de te conduzir até sua fonte interior de fogo! Para que você beba e se banhe de motivação, entusiasmo, intuição, alegria, energia...
As instruções da Bússola do Fogo
👉 Pronto, agora estamos prontos para compreender melhor aquelas 3 instruções da Bússola do Fogo.
1. Perceba o seu fluxo de Entusiasmo
O que eu faria com mais tesão nesse momento? Ou no próximo final de semana?
2. Se entregue de todo o seu coração
Chegou a hora? Se jogue de cabeça, faça como se não houvesse amanhã! Faça com o máximo das suas habilidades.
3. Livre das expectativas
E não importa o que pensem, não importa se não é lucrativo, ou se você vai passar vergonha. A razão não tem vez aqui, pois quem está no comando é o seu coração.
Vamos aprofundar?
Acho que você já está começando a sacar a ideia, não é mesmo? Então agora vamos aprofundar um pouco em cada uma das três instruções, em especial a terceira, pois ela é fundamental e é frequentemente negligenciada. E é justamente por causa dela que muitos propósitos são arruinados.
1. Perceba o seu fluxo de Entusiasmo
A primeira instrução é bastante subjetiva e exige de você um estado de atenção e intuição. É preciso se perceber, olhar pra dentro de si e se perguntar "o que eu gostaria mesmo de fazer agora?"; "dentre todas as possibilidades de ação, qual é a atividade que mais me entusiasma?"; "o que seria muito gostoso de fazer neste final de semana?"; vá construindo perguntas cujas respostas te conduzam a uma primeira atividade canalizadora.
Uma dica muito forte é você investigar a sua infância em busca de tudo aquilo que mexeu com você emocionalmente. O que você estava fazendo que quando sua mãe te chamou para tomar banho você pensou "não, agora não! Está tão divertido!", o que você gastou o dia todo fazendo e nem viu anoitecer? Resgate essa emoção lá da sua infância e atualize para as atividades que estão ao seu alcance hoje.
Talvez a resposta seja "NADA". E calma, vai ficar tudo bem! Se isso acontecer, só significa que você passou tempo demais construindo o muro do "homem (ou mulher) adulto responsável que precisa ganhar a vida neste mundão competitivo". Usar a bússola diariamente vai começar a remover cada pedra dessa contenção.
2. Se entregue de todo o seu coração
Olha, não adianta dizer "agora que eu cresci, isso não me empolga tanto". Pois é justamente aí que está o problema. Chegou a hora de perder a vergonha (especialmente de si mesmo) e se entregar àquela atividade de todo o seu coração, com todo o seu comprometimento e dedicação. Nem que seja jogar bolinha de gude!
"Ah, mas como que jogar bolinha de gude pode ser o propósito da minha vida?"
Não é! Porém jogar bolinha de gude vai servir de "canal" para essa sua energia fluir. Está entendendo onde eu quero chegar? Enquanto você faz o que você ama, mesmo que parece bobeira, de forma entregue, sem racionalizações inúteis, a sua consciência se expande, seu subconsciente emerge, sua intuição dá sinais de que vai voltar à vida, sua vibração se eleva, sua mente racional dá uma trégua, e tudo isso causa um efeito que você pode chamar de "tive uma ideia". Pode ser no dia seguinte, pode ser daqui um mês, pode ser hoje ainda no banho. Virão novas ideias, insight, vontades, desejos... e tudo que você precisa fazer é segui-los.
3. Livre das expectativas
Nós aceitamos erradamente que "crescer" implica abandonar essa sensação primitiva de prazer puro, pois agora existe "o que vão pensar", "isso não é coisa de meninos", "isso não é coisa de meninas", "isso é coisa de Nerd", "isso não dá lucro", "perda de tempo" e todas essas racionalizações impostas por entidades externas a nós. Por isso a terceira instrução é a mais delicada; pois é aqui que o fluxo estanca. É com vergonha do cônjuge, com a sensação de perda de tempo, com o medo do que vão pensar, com a impossibilidade de ser lucrativo... que o a estrada que te leva até sua energia essencial se fecha para você.
Então siga o dito popular chulo: "Foda-se! Quero fazer isso e pronto!"; "Estou fazendo porque é bom fazer! Só por isso!".
Com o tempo você achará isso muito libertador e divertido. Será um prazer fazer coisas que as pessoas dirão "ele pirou de vez". E você vai voltar pra casa com um sorriso cada vez mais sincero, com uma emoção cada vez mais profunda, com um desejo cada vez mais intenso de VIVER! E somente assim, começará a ter uma ideia da verdadeira profundidade do seu propósito nesta vida.
O Ciclo Vibracional
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Expressão bonita, né? Ciclo Vibracional. Sabe o que isso quer dizer? É simples; é um ciclo: você faz o que te dá tesão, isso te deixa alegre, sua vibração se eleva, todos notam, oportunidades surgem naquele meio onde está sua atividade canalizadora, pessoas com a mesma vibe se conectam a você, elas trazem mais oportunidades, você se alegra ainda mais, se aprofunda ainda mais naquela atividade, se entrega ainda mais àquelas emoções, se sente mais confiante, sua autoestima se eleva, você vê horizontes mais amplos, tem novas ideias, amplia sua energia, se torna mais magnético, as pessoas o notam cada vez mais, traumas são curados, você elimina crenças que te limitam, expande a sua consciência...
👉 Isso é uma espiral ascendente infinita!
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As 7 fases da Manifestação do Propósito
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E aí, está gostando? Está percebendo como tudo isso (que na verdade é muito simples) pode te levar a construir uma nova vida, completamente diferente e totalmente alinhada com o seu verdadeiro SER e propósito aqui na Terra?
👉 Vou te apresentar mais um elemento de visualização do propósito numa forma bem concreta: as 7 fases através das quais o propósito humano individual se cristaliza na realidade.
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A reconexão com o Ser
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A descoberta do valor
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A descoberta do beneficiário
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A ponte que conecta o valor e seu beneficiário
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A ação consistente de entrega
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O Ajuste da rota
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A grata colheita dos frutos
👉 Entenda melhor esses 7 passos e em seguida vou te contar uma história que os exemplifica de uma forma muito clara.
1
A reconexão com o Ser
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O primeiro passo é permitir que sua energia essencial volte a fluir. Com esse simples passo, tudo volta a ganhar cor, tudo se encaixa novamente na sua vida, a sensação de gratidão invade o seu peito, sem que você tenha que praticar gratidão forçada em estranhíssimos rituais inócuos.
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A descoberta do valor
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Conforme você desenvolve diferentes atividades alinhadas com o que faz você vibrar, automaticamente a sua mente intuitiva começa a te mostrar qual é o verdadeiro valor daquilo que você está construindo. Oportunidades antes invisíveis agora são claras. Caminhos desconhecidos surgem na sua estrada.
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A descoberta do beneficiário
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Você já ouviu que não adianta acender a vela e colocar debaixo da mesa? É isso! Quando você já é capaz de vivenciar aqueles elementos que compõe essa sua nova vida, surge um alguém muito importante na sua jornada: o beneficiário.
Ou seja: pra quem, além de você mesmo, tem valor o que você desenvolve?
4
A ponte que conecta o valor e seu beneficiário
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Agora que você tem clareza de qual é o seu valor e para quem ele serve, é hora de permitir a natural conexão energética. É hora de construir uma ponte entre você e os seus beneficiários do valor que você gera.
5
A ação consistente de entrega
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Você não vai se satisfazer fazendo apenas uma vez, fazendo apenas um final de semana, fazendo apenas para uma pessoa, seja lá o que for. Você vai ter o desejo intenso de transbordar! De espalhar pelo mundo aquilo que será a sua luz. E por isso você não deve estancar o fluxo energético, ao contrário, deve permitir uma entrega constante, abundante de si mesmo. Uma forma deliciosa de servir.
6
O Ajuste da rota
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Mas é claro, não vou te dizer aqui que tudo serão flores. Você vai encontrar dentro de si expectativas descalibradas, crenças que trarão angustias, vai encontrar na sociedade resistências culturais, pessoas que não estão bem consigo mesmas e insistirão em te dissuadir do seu propósito. E é por isso que haverá uma necessidade constante de se realinhar, voltar a sua essência, e constantemente ajustar a sua rota.
7
A grata colheita dos frutos
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O sétimo passo se relaciona com a percepção do agora em completude. Não é pra plantar café, servir café e não desfrutar do café. É pra desfrutar da doçura dos frutos colhidos.
Vamos construir um exemplo bem simples para que essa manifestação do propósito fique bem clara:
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O operário civil que virou chefe de cozinha
Matheus era operário da construção civil em uma grande cidade. Não era rico, mas, com a valorização do mercado imobiliário, tinha bastante trabalho e vivia bem. Porém, sentia aquele tradicional vazio existencial, causado pela falta de um propósito maior, pela sensação de não ser ele mesmo, de não entender quem realmente era e, consequentemente, de não fazer algo que estivesse alinhado com sua essência.
Um dia, comprou uma plantinha de vaso para ajudar uma menina da vizinhança que vendia flores para a mãe. Colocou a plantinha num cantinho e, todas as manhãs, ao acordar, pensava: Será que preciso colocá-la no sol? Será que estou regando demais? Qual será a espécie dessa planta?
Os dias passaram, e ele percebeu, quase sem querer, que aqueles pequenos rituais de cuidado com a plantinha lhe traziam um prazer simples, mas valioso. Decidiu então saber mais sobre ela. Foi até a floricultura da mãe da garotinha que lhe vendera o vasinho e lá descobriu tudo o que precisava: quanta água colocar, se precisava de sol, como cuidar da terra etc.
O tempo passou, e a plantinha cresceu, precisando de um vaso maior. Empolgado com a ideia de replantá-la, voltou à loja de plantas. A dona o reconheceu com alegria, e ele saiu de lá com um vaso maior, terra, pás e, por que não, algumas sementes para plantar outras espécies.
Aquilo virou um verdadeiro prazer para ele. Outras pessoas talvez não se interessassem tanto por plantinhas, mas, para Matheus, era quase uma terapia. Ele se sentia realizado ao vê-las crescer e florescer, e podia passar horas cuidando do seu pequeno jardim doméstico.
Quando as novas plantas cresceram — flores, temperos, suculentas e até cactos —, um novo interesse surgiu: cultivar temperos! Essa descoberta abriu um novo nível em sua jornada.
Ele começou a plantar coisas que pudessem ser usadas na cozinha: temperos, cogumelos, chás… E, claro, se empolgou. Passou a testar formas de fazer pestos, saquinhos de chá, temperos desidratados. No início, produzia para a dona da loja de plantas, para alguns vizinhos e para sua mãe. Com o tempo, começaram a surgir encomendas. Ele até tentou vender esses produtos de forma mais estruturada, mas logo percebeu que essa abordagem empreendedora acabava com o seu prazer na atividade.
Foi então que um novo alinhamento o levou a mais um nível nesse jogo. Por sugestão da irmã, aprendeu a cozinhar. Ela disse, num tom sarcástico: "Por que você planta manjericão se nem sabe como usar isso?"
A crítica era quase maldosa, mas ele não viu dessa forma. Em vez disso, pensou: "Verdade! Vou tentar fazer aquele macarrão com molho vermelho e muito manjericão que eu adoro."
Na época, nem sabia o nome do prato, mas procurou receitas na internet e começou a testar algumas. Todas as noites, enquanto muita gente via jornal e novela, ele estava na cozinha, experimentando.
A nova atividade se encaixou perfeitamente com a anterior. Agora, ele tinha uma razão ainda mais forte para cultivar temperos, hortaliças e até legumes.
Com o tempo, sua pequena varanda já não comportava sua horta. E foi aí que aconteceu mais uma sincronia daquelas que surgem quando a gente está em estado de fluxo. Ele queria sair do apartamento, surgiu uma grana inesperada, encontrou uma casa com um quintal enorme, bem no bairro mais gastronômico da cidade… e pronto! Mais um nível desbloqueado.
Ele ainda trabalhava na construção civil — não era algo de que desgostava —, mas seu espírito estava completamente absorvido por essa nova paixão. Quando percebeu, já assinava uma revista de botânica, tinha comprado quase uma dezena de livros de receitas, era sócio de um clube de orquídeas e conhecia um monte de gente desse universo. Até suas amizades eram outras: agora, eram pessoas que também não viam jornal e adoravam jardinagem.
Certo dia, no mercado municipal, ele encontrou a dona da loja de plantas. Ela o reconheceu na hora:
"Matheus! Quanto tempo! Você nunca mais foi à minha loja. Desistiu da jardinagem?"
"Muito pelo contrário! — ele respondeu. — Me mudei para um bairro com mais casas e quintais maiores. Hoje, estou plantando e cozinhando o que eu mesmo cultivo!"
Naquele dia, ele a convidou para jantar em sua casa. O nome dela era Fernanda. Mal sabia ele que, dali a dois anos, ela seria sua esposa, estaria grávida do primeiro filho deles e que a garotinha que lhe vendera sua primeira plantinha agora seria sua enteada.
Com seu instinto empreendedor, Fernanda sugeriu:
"Você deveria abrir um restaurante e fazer o que ama, não só nas horas vagas, mas como profissão."
Hoje, eles têm um negócio divertido: um restaurante natural, onde cultivam a maior parte do que servem aos clientes. Para isso, Matheus precisou, claro, deixar a construção civil, fazer cursos de culinária e até contratar um gestor. Afinal, ele entendeu que sua paixão era plantar e cozinhar, não administrar negócios.
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Essa história é fictícia, mas inspirada em inúmeros relatos reais de pessoas que se permitem ser quem realmente são. Gente que constrói jornadas alinhadas com sua essência — seja de forma profissional, amadora, artística, filantrópica ou cultural.
A Atividade Canalizadora não precisa ser sua profissão. Não precisa dar dinheiro. Não precisa ocupar 100% da sua vida, nem atrapalhar seus planos de constituir família. Basta preencher sua vida com entusiasmo. O resto — ou seja, a vida que vale a pena ser vivida — vem como consequência.
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👉 Você observou as 7 fases em nossa pequena história?
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A reconexão com o Ser
Matheus se permitiu seguir uma intuição que o levaria compreender o que faz o seu coração vibrar. -
A descoberta do valor
Em seguida ele entendeu que aquilo não ia virar uma indústria de temperos, mas deliciosas refeições. -
A descoberta do beneficiário
E pra quem esse valor interessa? Para todos que podem desfrutar de uma de suas refeições. -
A ponte que conecta o valor e seu beneficiário
Neste caso, a ponte é o restaurante. -
A ação consistente de entrega
E no caso de um restaurante, abrir todos os dias, enfrentar todos os desafios do empreendimento, sempre alinhado com o que seu coração vibra. -
O Ajuste da rota
Certamente não fácil acertar de primeira em nada. Muitas vezes as expectativas externas não se alinham imediatamente com o nosso interior e isso comumente nos desvia da rota. As vezes o sonho vira pesadelo porque acreditamos que é preciso seguir certas regras, ir por caminhos determinados, o que acaba nos afastando novamente de nós mesmos. Daí a importância de se manter próximo da paixão, da essência, do que faz o coração vibrar de verdade. -
A grata colheita dos frutos
E claro, a fase madura. Viver o presente que se cria diante dos nossos olhos, nesse ciclo infinito de plantar, colher, saborear.
👉 Importante observar e até repetir: não precisa ser um negócio, pode ser um hobby, tocar um instrumento, fazer teatro; pode ser um esporte, viagens, coleções, ações filantrópicas. A verdade é que você não sabe no que vai dar. Você não tem controle sobre o que vai rolar. E se você tentar controlar, vai se limitar pela poderosa barreira das expectativas. Você vai começar a pensar: "mas isso será mesmo pra mim? Será que vai dar dinheiro a ponto de eu poder largar o meu emprego? Será que não estou velho demais para aprender a tocar bateria? Que banda vai me aceitar?"
👉 Outra observação importante que precisa ser repetida e ressaltada: pode começar muito diferente do que vai ser quando amadurecer. Pode começar com uma caminhada pelas manhãs e amadurecer como uma pousada beira-mar; pode começar com uma inscrição num clube de leitura e amadurecer como uma pesquisa sobre viagens astrais e sonhos lúcidos.
Quer saber qual desses foi o meu caso?
A minha história de alinhamento com a minha própria essência começou aos 17 anos quando descobri uma paixão pela música e entrei para uma banda de rock. Antes disso nada tinha me tocado a alma de verdade. Mas a estrada madura não foi a música, eu encontrei um novo alinhamento energético que fazia meu coração vibrar: o design gráfico. Pois eu achava que precisava ter uma carreira numa coisa que eu amasse, para mim não havia outra possibilidade.
Depois de alguns anos eu estava novamente desalinhado, sofrendo, perdido, justamente porque o negócio por trás da arte estancava o fluxo da minha energia essencial. Então eu novamente busquei esse alinhamento comigo mesmo, e encontrei a fotografia; essa sim foi a estrada mais longa, foram mais de 20 anos de carreira.
Durante essa carreira eu encontrei novos caminhos, ainda mais próximos da minha alma, por exemplo, a docência. Quando eu comecei a dar aulas de fotografia, eu descobri uma paixão ainda maior do que fotografar; dar aula era o ápice, pois além de fazer algo que eu amava eu fazia outra coisa que amava: orientar pessoas, repassar o que eu havia aprendido. E isso evoluiu para palestras, desbloqueou novas habilidades, eu me apaixonei por escrita, escrevi livros técnicos, romances...
A fotografia como profissão me permitiu praticar hobbies que me levaram a expandir enormemente minhas “atividades canalizadoras de energia essencial”.
Aí, quando minha vida parecia definida, veio a pandemia; eu fui obrigado a fechar meu estúdio, fechar minha escola de fotografia, encerrar o clube de fotografia que eu presidia; tudo isso me levou a um novo caminho: uma jornada dessa vez interior. E junto dessa profunda jornada, eu passei a estudar essa ciência que se relaciona ao estado de plenitude, de satisfação, de paixão, de entusiasmo, e comecei assim o projeto Viva de Propósito. E hoje sou, portanto, além de fotógrafo, designer, escritor, músico, também terapeuta integrativo. Fiz vários cursos na área como hipnoterapia, programação neurolinguística, Reiki, dentre muitos outros...
👉 O que eu quero dizer com tudo isso?
A vida, ao menos pra mim, é um eterno “ajuste de rota”. Estou sempre em busca de aprofundar aquilo que faz meu coração vibrar. Estou sempre apaixonado pela vida e pelas oportunidades que ela me traz. Estou sempre aprendendo algo novo e me divertindo no processo. E não estou dizendo que não há dor e desafios. Hoje eu tenho consciência de como isso funciona e isso me permite ver com clareza as oportunidades que me aproximam de quem eu sou, evitando assim aquelas que me afastam da minha essência. Hoje eu não sigo um caminho só porque ele pode me dar mais dinheiro que outro, por exemplo.
🎯
Conclusão
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Ficou um pouco longo esse artigo, né? 😅 E olha que eu já revisei para resumir um pouco, hein? rs.
A conclusão é a seguinte: existem técnicas, não só a minha, para se descobrir e desenvolver propósito de vida. E a minha pergunta é: o que pode ser mais importante? O que pode trazer mais satisfação pessoal? Nada me parece fazer mais sentido na vida do que você ser quem você é, ao máximo, plenamente desenvolvido, e então transbordar para o mundo essa sua essência. Compartilhar-se e servir ao próximo com o que você tem de mais apaixonante...
Se me permite uma abordagem um pouco religiosa: Deus não te faria ASSIM como você é, se não quisesse que você se tornasse plenamente você mesmo. Você se aproxima Dele quando se aproxima de si mesmo. Você certamente brilha mais quando o seu coração está vibrante, alegre, de posse do ser verdadeiro poder pessoal.

Este artigo foi escrito com base nas ferramentas propostas no livro Viva de Propósito, do autor Murilo de Tarso.
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